Espelhos Matriciais
é um projecto fotográfico desenvolvido a partir da dissertação de Mestrado Multimédia
como o mesmo nome, apresentada na FEUP em Julho
de 2009.
Existe um consenso de que os humanos desenvolveram mecanismos
especializados para aprender, memorizar e reconhecer rostos. Estes
mecanismos sofisticados parecem ter desempenhado um papel relevante
na sobrevivência e no desenvolvimento da espécie.
Relacionado como esta visão tem havido na área da computação da
imagem trabalhos de investigação, utilizando técnicas estatísticas
para tratamento de dados, para desenvolver novos algoritmos que
permitissem a criação de aplicações de reconhecimento automático de
imagens.
A
capacidade da fotografia em congelar o tempo e o espaço continua a
ter hoje, apesar da vulgarização da imagem, uma aura quase de
feitiçaria. A fotografia tem também desempenhado um papel central em
todos os procedimentos de identificação. O retrato continua a ser
fundamental em qualquer bilhete de identidade.
A
constatação de que seria possível utilizar técnicas estatísticas
para calcular, a partir de uma Base de Dados de retratos, um
conjunto de componentes fantasmagóricos que permitem depois
reconstruir todos os retratos – os que pertencem à BD utilizada ou
mesmo qualquer outro retrato – bastando para tal somar os
componentes na proporção correcta, representou uma magia nova a
somar à magia da fotografia. Pensar que poderão existir no cérebro
humano mecanismos semelhantes para optimizar o reconhecimento de
rostos é uma maravilha ainda mais surpreendente.