Pinturas do Outro Lado de Manuel Manchinha

Objectos fotográficos bi, tri e ene-dimensionais

Os objectos bi, tri e ene-dimensionais contêm todos uma ligação mais uma menos evidente, mais ou menos forte à história Renato no País das Manchinhas, mas conseguem no entanto encontrar uma razão para existir, independentes da história a partir da qual nasceram. Há nesses objectos uma ligação à fotografia e quase sempre uma relação dialogante entre a bidimensionalidade e a tridimensionalidade. Os objectos aparecem quase sempre associados aos pares, um positivo e um negativo, propiciam muitas vezes uma relação lúdica com o visitante, contêm muitas vezes um sentido de humor que provoca o sorriso e a reflexão de quem os observa. Existe também em muitos deles uma memória da infância e um pouco de insólito que pretende traduzir o insólito de um mundo não tridimensional para seres tridimensionais como nós somos, ou se se preferir o insólito de um mundo tridimensional, como o nosso, para um ser bidimensional como é o Manuel Manchinha, e reflectir também o efeito da passagem de um mundo nosso conhecido para outro desconhecido e diferente. Há também nos objectos, muitas vezes, uma ligação/relação entre a Ciência e a Poesia, ou entre a Ciência e a Arte, o que constitui um dos temas mais importantes da história contada no livro.

 

 

Nas memórias n-dimensionais com areia e tempo a poética do «Prego» enquanto negação do metaforismo oco dos apreciadores do prego em prato, pesa como a ameaça de uma narrativa auto-centrada: a cor e a luz; a luz e a água; a água e o telefone; o telefone e o gás. Modelos de si próprios?

(AlkaSeltzer)

Em fisgar o tempo num espaço quadrático «a fisga», os estilhaços matéricos povoam de incertezas vibrantes e projectivas o nosso olhar sedentário, enquanto nos faz mergulhar libidinosamente no âmago da arte de Manuel Manchinha, arte/conceito, arte/jogo, arte/redenção, arte/mulher, arte/amante, arte/lençol, arte/mancha, arte/máquina de lavar.

(AlkaSeltzer)

Em Ratoeira tridimensional com tempograma Manuel encontra-se em Manchinha. A viagem no tecido sensual da sua arte esboça-se.A obra de Manuel Manchinha estende-se na noite do efémero sensível, plasmando-se silenciosamente de vivências, no tecer de dádivas de uma nobreza invasora, confiantemente urdida num espaço de conjugações impossívei.

(AlkaSeltzer)

Em Tempograma tridimensional molhado a critica implícita à tecnocracia da dimensão a três, a física e a hiper-física enquanto contra-eixos da arte tecnológica. A água enquanto escrita, a escrita / libertação, o retorno ao ventre materno. Água / libertação, água / mãe, água do Luso. Falar de Manuel Manchinha enquanto apropriador dos trajectos quânticos inter e intra-dimensões é o mesmo que não dizer nada.

(AlkaSeltzer)

Há mais objectos!!


 

Ficha técnica da exposição:

 

Pintura ene-dimensional - Manuel Manchinha

Fotografia: Renato Roque

Desenho: Carlos Reis

Comissários, quase já super-intendentes  - Carlos Reis e Renato Roque

Textos - Renato Roque

Hologramas - Prof. Luís Bernardo e Drª Rosa Maria Oliveira - Dep. Física da FCUP

Som – Fernando Rangel

Montagem - Carlos Reis e Renato Roque

Design: Humberto Nelson

 

http://www.renatoque.com/manchinhas/index.html

email: rroque@renatoque.com